Não me acontece todos os dias, nem me acontecia há muito tempo, chorar de facto ao ver um filme. No entanto, enquanto via este filme, identificava-me com cada uma das personagens, compreendia-as, apaixonei-me por elas, pelas suas vidas e pelos seus impasses.
Em redor de seis das obras de Jane Austen, encontram-se seis pessoas - cinco mulheres e um homem encantador, Grigg - dispostos a ocuparem-se cada um de uma obra em especial, lendo-as todas e discutindo-as em conjunto.
Temos uma de meia idade que foi casada seis vezes e ainda assim, tem fé suficiente no casamento para admitir que gostaria de se casar uma sétima.
Temos outra que, no secundário, abdicou do namorado em prol de uma amiga e que viveu sempre sozinha, com os seus cães, e que nunca se apaixonou.
Temos outra que, professora de Francês sem nunca ter ido a França, apercebe-se que existem fossos intransponíveis entre si e o seu marido e apaixona-se por um aluno.
E outra que, com uma filha maior de idade, recebe a inesperada confissão do marido sobre o facto de ter uma amante e de pretender deixá-la, e divorciam-se.
E temos Grigg Harris, que amante da ficção científica, aceita ler as obras de Jane Austen com relativa boa disposição para estar perto de Jocelyn, a mulher que nunca se apaixonou e que o quer encomendar à amiga recém-divorciada. É nestes dois principais que reside, na minha opinião, a génese da história. Nos esforços que faz para dar um passo na direcção dos gostos de Jocelyn enquanto ela continua a apregoar não ser capaz de ler os seus livros de ficção científica, incapaz de compreender que ele se apaixonou por ela e que ela própria se está a apaixonar por ele.
E temos a professora de Francês, de lágrimas nos olhos, a estender o "Persuasão" ao marido a pedir-lhe que lho leia por favor, ao que ele responde que ela anda a tentar torná-lo numa pessoa que ele não é. Ela explica-lhe que o romance é sobre duas pessoas que tentam persuadir-se de que ainda é possível funcionarem juntas, pelo que ele aceita que ela lhe leia a primeira página e, numa cena comovente que me pôs de lenço na mão e pingo no nariz (sem falar dos dos olhos), ela adormece no seu peito e ele continua a leitura, ávida, da belíssima história de Jane Austen.
Também porque trata lugares-comuns da minha vida, pormenores que mexem com a singularidade da minha própria história, cheguei a uma conclusão: Não se deve esperar das pessoas mais do que elas podem dar. E, depois deste filme, reformulei-a: se tens fé na pessoa e a achas capaz, grandiosa, espera tudo o que possas dela, e talvez assim aconteça.
Em redor de seis das obras de Jane Austen, encontram-se seis pessoas - cinco mulheres e um homem encantador, Grigg - dispostos a ocuparem-se cada um de uma obra em especial, lendo-as todas e discutindo-as em conjunto.
Temos uma de meia idade que foi casada seis vezes e ainda assim, tem fé suficiente no casamento para admitir que gostaria de se casar uma sétima.
Temos outra que, no secundário, abdicou do namorado em prol de uma amiga e que viveu sempre sozinha, com os seus cães, e que nunca se apaixonou.
Temos outra que, professora de Francês sem nunca ter ido a França, apercebe-se que existem fossos intransponíveis entre si e o seu marido e apaixona-se por um aluno.
E outra que, com uma filha maior de idade, recebe a inesperada confissão do marido sobre o facto de ter uma amante e de pretender deixá-la, e divorciam-se.
E temos Grigg Harris, que amante da ficção científica, aceita ler as obras de Jane Austen com relativa boa disposição para estar perto de Jocelyn, a mulher que nunca se apaixonou e que o quer encomendar à amiga recém-divorciada. É nestes dois principais que reside, na minha opinião, a génese da história. Nos esforços que faz para dar um passo na direcção dos gostos de Jocelyn enquanto ela continua a apregoar não ser capaz de ler os seus livros de ficção científica, incapaz de compreender que ele se apaixonou por ela e que ela própria se está a apaixonar por ele.
E temos a professora de Francês, de lágrimas nos olhos, a estender o "Persuasão" ao marido a pedir-lhe que lho leia por favor, ao que ele responde que ela anda a tentar torná-lo numa pessoa que ele não é. Ela explica-lhe que o romance é sobre duas pessoas que tentam persuadir-se de que ainda é possível funcionarem juntas, pelo que ele aceita que ela lhe leia a primeira página e, numa cena comovente que me pôs de lenço na mão e pingo no nariz (sem falar dos dos olhos), ela adormece no seu peito e ele continua a leitura, ávida, da belíssima história de Jane Austen.
Também porque trata lugares-comuns da minha vida, pormenores que mexem com a singularidade da minha própria história, cheguei a uma conclusão: Não se deve esperar das pessoas mais do que elas podem dar. E, depois deste filme, reformulei-a: se tens fé na pessoa e a achas capaz, grandiosa, espera tudo o que possas dela, e talvez assim aconteça.